top of page

Por Mim, Amor.


Demorei para entender.

Durante um bom tempo da minha vida eu tentei entender as pessoas, na maioria do tempo, os meus romances perdidos. Esse texto traz uma revelação que não impacta muito: eu nunca namorei. Teve a fase que eu mais gostei do que fui gostada e nessa época entendi que nem tudo era recíproco, mas que eu podia lidar com isso com distrações. Também descobri que eu facilmente me apaixono, mesmo que todo mundo diga que é errado (em alguns casos, realmente é). Mas até hoje, até chegar no pensamento que eu tive, eu vi muitas pessoas diferentes.

Tiveram as que me atraíram com um outro objetivo que não estava ligado a mim, as vezes queriam a pessoa que estava do meu lado. Tiveram as que me mostraram que muitas vezes o amor pode quebrar fronteiras ou podiam virar amor de uma hora para a outra, essas eu admiro. E ainda dizendo sobre amor, teve uma específica que se juntou a mim e juntos pensamos que era amor, mas descobriu o amor com outra pessoa, essa eu me distanciei. Conheci as paixões de um segundo, que são as menos complicadas de entender. Tive pequenos romances que não levaram a nada concreto. Mas, nos últimos tempos, eu tenho encontrado pessoas que num momento dizem romance e em outro dizem sumiço (na verdade, elas não dizem, elas só somem). Por causa desses sumiços eu deixei de ver alguns filmes que estavam em cartaz no cinema, porque os encontros nunca deram certo.

Eu diria que meus melhores amigos ouviram muito sobre tudo isso e sobre os últimos casos, eles também não entendiam ao mesmo tempo que eu. Muitas vezes minha melhor amiga e eu conversamos sobre o assunto amor, dava conselhos e nos fez pensar em assuntos que nunca falamos: "afinal, como achar o amor da sua vida? Ou alma-gêmea? Ele(a) existe?".

Uma pessoa se mostrou recíproca. Nós eramos muito parecidos. Marcamos um encontro, parecíamos felizes, mas eu descobri que era só pela minha parte. Um dia antes a pessoa deu uma desculpa, mas não deu uma resposta. No dia, ela apenas não respondia, eu desisti logo de manhã e considerei como cancelado. Naquele dia, eu entendi que eu não conhecia a pessoa de fato.

Durante um tempo muito grande eu julguei que não queria um namoro, apenas romances passageiros. Nisso, entendi que eu queria conhecer uma pessoa, com intuito de namorar um dia quem sabe, se tudo desse certo e que eu não deveria ter medo de dizer isso para alguém, afinal, sou eu.

E no último caso, eu conheci uma nova situação: quando nós nos apaixonamos mesmo sabendo que, se existe de fato amor verdadeiro, aquela nunca seria a pessoa certa. Não fui cega, apenas ignorei algo que eu realmente vi. Mas, essa foi a pessoa decisiva para eu entender o que será a conclusão desse texto. Muitas vezes eu pensei em desistir, eu já havia dado uma segunda chance (algo que não gosto de dar) e que nunca chegaria a ser um namoro. Essa pessoa disse uma vez que eu seria a namorada ideal, talvez até para casar, mas que tinha medo de estragar tudo. E mesmo assim me fazia ficar perto. Parecia que nunca sabia o que queria: estar solteiro ou estar com alguém. Essa foi a pessoa que tinha o coração mais quebrado que eu já tinha visto, mas que também não era impecável e leal, tinha seus motivos para não ser. Mesmo vendo isso, eu fiquei pensativa e decidi continuar, sabendo que era algo que eu abominava. Depois do primeiro encontro (que demorou muito tempo para acontecer), continuei tentando manter as conversas, porém ao mesmo tempo eu não estava bem com aquilo, muitas vezes eu era ignorada e depois recebia desculpas.

Eu demorei para entender.

Mas no último dia desse "romance quebrado e improvável", eu decidi que se fosse ignorada de novo, eu não continuaria ali. Íamos nos encontrar, mas a pessoa sumiu. Nesse momento, foi como se um encanto se desfizesse em segundos.

Eu nunca me senti tão livre.

Naquele dia eu voltei para casa, num dia chuvoso, sem guarda-chuva. Voltei a pé, tomando a chuva e escutando uma versão de "Where's The Love". Eu estava feliz por não receber uma mensagem, porque foi nesse dia que eu entendi que eu estava me prendendo em algo que não fazia sentido e que provavelmente a pessoa não entendia a si mesma, que é a mesma realidade de outras que eu já tinha conversado. Tomar chuva também era um dos maiores desejos que eu tinha e todo esse cenário me pareceu recomeço, como se a chuva fosse algo que lavasse e levasse para o passado a pessoa que eu era.

Hoje eu me conheço o suficiente para saber quando ir embora e desistir de alguém. Não tenho medo de tentar e me apresentar para alguém, ou de dizer os meus sentimentos de uma forma direta. Mesmo que dê errado, é porque não era para ser. Nenhum romance deu certo até hoje e isso é bom, não ruim como eu pensava que era. Tudo bem, as vezes isso pega você de um jeito que pode te por para baixo, mas é questão de deixar passar.

Toda vez que o ano começa, eu penso: no dia 12 de junho, não vou estar sozinha. Mas, eu sempre estou. E nesse ano, eu entendi que isso não é um problema.

Toda vez que um romance acaba, mesmo que breve, muitas vezes a gente pensa que o problema é a gente. Eu não conseguia entender porque as pessoas sumiam. Mas eu entendi que não era por mim, apenas conheci as pessoas erradas. Por ter tantos romances quebrados, eu entendi a pessoa que eu sou. Que é como todo mundo diz: cada um tem o seu tempo, uma hora a pessoa certa vai chegar. Acontece, que eu não sei a minha hora e nem a pessoa certa. Então, me permito ter romances pequenos, que não envolvem grandes sentimentos e vivo um dia após o outro, sabendo que as coisas podem mudar ou não.

Depois que eu me conheci de fato, me tornei feliz, livre. Nunca ter de fato amado num romance fez de repente abrir um novo sentimento: Por mim, hoje sinto amor.


Destaque
bottom of page