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Ela


Num mundo tão preto e branco, cheio de rotina e mesmice, ela era a cor que dava vida ao lugar. Tinha um jeito único notado por onde passava e pela simples palavra trocada.

Ela era sorriso no dia de sol mais quente, mas também era o sorriso mais bonito debaixo da chuva de um dia frio. Nesses dias de garoa ou chuva forte, não importava se iria se molhar, sujar a roupa limpa ou arrepiar o cabelo. O que ela queria mesmo era estar ali, de braços abertos, de corpo e alma, com toda a presença possível. Porque não era uma garota de não me toques, era de muitos toques.

Não precisava dizer piadas ou algo engraçado, tinha um jeito próprio de alegrar os outros. Abria sorrisos e risadas, criava a alegria e fazia com que todos descobrissem o que era um pouco da felicidade. Ria das próprias imperfeições e situações, ria da própria risada. Apenas sabia que precisava ser ela mesma e que isso daria a graça na vida.

Ela não era uma Deusa. Por mais que encantasse muitos e que a descrevessem dessa forma, ela mesma sabia que não era. Ela cometia seus erros, os olhava com sinceridade, seguia em frente. Não olhava de modo rigoroso para comida, pensando no seu peso ou o quanto poderia chegar a pesar um dia. Ligava um pouco com a beleza, de fato, mas ela queria se agradar e não aos outros. Sabia que imperfeições no rostos surgiriam, mas que não iam de fato mudar quem ela era.

Era anormal, louca e às vezes estranha para alguns, mas ela apenas se soltava. Era capaz de ela cantar uma música no meio da rua enquanto a escutava, simplesmente fazia parte dela agir dessa forma. Quando havia música, ela dançava até que o som sumisse. Dançava com toda a sua leveza e sinceridade nos movimentos que fazia, sempre estava no ritmo. E daí se alguém estava observando ou se ela era a única dançando no lugar? Ela responderia que não haveria problema nenhum.

Se torna um pouco do contra em algumas horas. Com ela, o feio pode ser belo, o difícil pode ser fácil, o mais simples se torna o mais exuberante, o que não tinha entendimento de repente pode ter sentido. O preto para ela não é uma cor triste que se deve usar em velório, é mais uma cor que ela pode usar até mesmo num dia ensolarado e alegre.

Ela se esquece do que é tabu. Usa a sinceridade nas suas palavras e diz o que vem na sua cabeça mesmo que a sociedade diga que aquilo seria errado. Ela se entrega à vida com mais facilidade do que algumas outras pessoas. Talvez ela seja a própria personificação da liberdade que todos querem. Não venha ditar regras na vida dela. Ela não aceita regras nem ordens. Aceita o que a faz feliz e não se importa com a opinião alheia.

Não se preocupa com amores. Não se preocupa com o tempo que ela passou sozinha e nem sai procurando novos romances. Sabe que tudo tem hora certa e que essa hora sempre chega. Ela gosta de ter pequenas paixões de uns minutos, de poucos beijos que talvez nunca mais sinta vindo da mesma pessoa. Mas sabe que o amor é o sentimento mais belo que tem. Por isso ela ama a vida e ama à si mesma.

Ela mostra ao mundo o que sente. Espontânea, livre, sonhadora e vivenciadora. É como um livro aberto cheio de histórias e sonhos. E só pode ser como esse livro porque vive cada dia como um capítulo que não volta. Logo, ela se deixa ser a própria autora das aventuras. Em um livro onde si mesma é o tema, ela se deixa ser ela mesma, se importando apenas que no final de tudo, seja algo fielmente verdadeiro.


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